terça-feira, 29 de setembro de 2009

A REVISTA VEJA E O MST - Laerte Braga

Entender o papel que a revista (com o perdão da palavra) VEJA cumpre dentro dos “negócios” no Brasil é simples. Assim como receber a tarefa de escrever sobre o martírio de Cristo na sexta-feira santa e ficar aguardando a determinação do dono sobre se é para ser contra ou a favor. Revistas como VEJA, ÉPOCA e jornais como O GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ou redes de tevê nacionais, a grande mídia de um modo absoluto, são instrumentos da classe dominante. Não importam os fatos, mas a versão. E quem paga. São sempre os donos que pagam.
Esse não é um fenômeno só do Brasil. Governos latino-americanos como o do presidente Hugo Chávez enfrentam o desafio de vencer essa batalha, a maior dentre todas na luta popular. A da comunicação. A revista VEJA dedica-se em sua última edição a tentar transformar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) numa versão brasileira da Al Qaeda. Não é a primeira vez que faz isso. Em 1999, com os recursos que a tecnologia permite, publicou a foto do líder do movimento, João Pedro Stedille sugerindo-o um demônio. Estão ali acusações de desvio de recursos de programas do Governo Federal para assentamentos, denúncias de fartos recursos a partir de fartas transferências do governo Lula, tudo num único objetivo, o de evitar a discussão e o debate de questões fundamentais como a reforma agrária, a política agrícola de favorecimento ao agronegócio e agora, especificamente, a revisão e atualização dos índices de produtividade. É uma determinação legal e deve ser feita de dez em dez anos.

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