A morte, sem dúvida, também é um tema, objeto de pesquisas e preocupações. Negá-la como fato é difícil. Admitir as perplexidades que a cercam é quase uma virtude, principalmente amparada pelo equilíbrio mental. Querer fugir à realidade de que, ainda, ela assusta, é arriscado intelectualmente.
A morte amedronta? Meu velho tio, brincando, sempre dizia que: "Se a morte é descanso, prefiro viver cansado." A gente ria, mas no fundo aprendeu-se. Já na minha juventude, lia muito poesia e encontrei muitos versos dedicados à morte. Diversos os conceitos, variadas as posições frente à temática. Mas, percebi que, de fato, a morte é, existe e representa, sim, a única e definitiva certeza da vida. Já muitos o disseram.
No dia do sepultamente do Professor Alvino a coordenação do tabloide A-Centelha não poderia deixar de citar algumas preciosidades. Cruz e Souza, por exemplo, nosso grande simbolista, que tanto cultuou a morte:
Fecha os olhos e morre calmamente!
Morre sereno do Dever cumprido!
Nem o mais leve, nem um só gemido
Traia, sequer, o teu Sentir latente.
Morre com a alma leal, clarividente,
Da Crença errando no Vergel florido
E o Pensamento pelos céus brandindo
Como um gládio soberbo e refulgente.
Morre sereno do Dever cumprido!
Nem o mais leve, nem um só gemido
Traia, sequer, o teu Sentir latente.
Morre com a alma leal, clarividente,
Da Crença errando no Vergel florido
E o Pensamento pelos céus brandindo
Como um gládio soberbo e refulgente.
Fernando Pessoa considerava a morte um "enigma" e falou disso em seus versos:
O que é a vida e o que é a morte
Ninguém sabe ou saberá
Aqui onde a vida e a sorte
Movem as cousas que há
Mas, seja o que for o enigma
De haver qualquer cousa aqui
Terá de mim o próprio estigma
Da sombra em que eu vivi.
ADEUS AO MESTRE COM CARINHO.
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