sábado, 22 de junho de 2013

POESIA POPULAR

AS FLÔ  DE PUXINÃNA 

Três muié ou três irmã,
Três cachôrra da mulesta,
Eu vi num dia de festa,
No lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
Era mermo uma tentação!
Mimosa flô dos sertão
Qui o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
Tinha uns ói qui ô! Mardição!
Matava quarqué critão
Os oiá déssa minina!

Os ói dela paricia
Duas istrêla tremendo,
Se apagando e se acendendo
Em noite de ventania!

A tercêra, era a Maroca.
Cum um cóipo munto má feito.
Mas, porém, tinha nos peito
Dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
Quando ela passou pru eu,
Minhas venta se acendeu
Cum o chêro vindo dos bicho!

Eu inté, me atrapaiava,
Sem sabê das três irmã
Qui eu vi im Puxinanã,
Quaá era a qui mi agradava...

Inscuiendo a minha cruz
Prá sair desse imbaraço,
Desejei morrê nos braços
Da dona dos dois cuscús!!

Severino de Andrade Silva, de alcunha Zé da Luz


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