Diante da resistência do seu grupo, a ex-candidata, que teve
quase 22 milhões de votos, tem condicionado o apoio a Aécio a mudanças
no programa de governo do tucano. Entre os pontos que precisariam ser
revistos está a defesa da redução da maioridade penal para crimes
hediondos. O candidato também teria de fazer um aceno à esquerda, com
apoio à reforma agrária e às causas indígenas.
Essas mudanças, porém, não são consideradas suficientes pelo grupo de
dissidentes. "Constitui-se grave erro político a declaração de voto e a
adesão à campanha de Aécio Neves. Nenhuma modificação formal no
programa eleitoral de Aécio transformará a natureza de sua candidatura,
que não se constitui de palavras, mas de atos de história concreta que
indicam sua integração orgânica à desconstituição de direitos, aos
ruralistas e ao capital financeiro", diz o texto.
A nota também afirma que, como a candidatura de Marina se pautou na
ideia da terceira via, para quebrar a polarização entre o PT e o PSDB, o
apoio a Aécio seria incoerente e colocaria em risco o projeto da nova
política representado pela Rede.
"Ser parte da polarização PT X PSDB é sepultar a luta por uma nova
política. É também o sepultamento do projeto original da Rede
Sustentabilidade, que nasceu com o propósito maior de estimular a
emergência dos sujeitos autorais, dos indivíduos livres e conscientes,
que não se dispõem a realizar suas mais legitimas aspirações e
interesses no âmbito da velha, estagnada e conservadora política que
tanto PT quanto PSDB representam e praticam."
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