segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Morro da Alegria

Artur  Porto
Na
terra de Jamelão a Noel Rosa, o samba e o morro tinham mais poesia
no coração carregavam as dores de sofrer pela mulher amada
tudo tinha ternura em cada batida uma forma diferente de viverem as loucuras da vida
cada vida que chegava
cada vida que partia em tudo tinha um pouco de encontro e despedida

Suave
era a noite que beijava a face da lua com toda a sua candura
e a noite caia como uma sutileza de uma moça
que caia leve nos meus braços como um pingo de chuva que deslizava como uma bruma silenciosa
que, vivia eternamente esquecida na beira da praia a tua imagem carrego na minha memória como uma virginal lembrança

Que
escorrem entre minhas mãos ,lívidas sinto a madrugada
a nos espiar como uma coruja no tronco de uma árvore cheia de vida
a seiva dos teus beijos, gravam em mim ,as marcas do nosso desejo por ti a minha alma soluça nua

E
que parece uma suave serenata
que corda do meu violão faz despertar a ânsia de te contar a nossa história
de uma forma antes nunca contada
desde a a Vila Isabel a Portela todos os menestréis se reúnem pra falar daquilo que move o sambista
que é malandro por natureza em qualquer mesa de bar tem que ter músicas de partido alto e uma cerveja gelada

Pra
que nosso próximo ano as velhas emoções de sempre
se renovem junto com as antigas emoções de outrora
e a cada azul do amanhã teremos a certeza daquilo que nós sempre escutamos que a vida é mesmo de amargar
se , nos faltar alegria os sonhos morrem junto com a esperança

De
que sempre será assim no morro da alegria
de crianças marcadas pelas grosserias da vida
muitas , não tem pão , carinho e um teto pra morar
só tem um pedaço de jornal, cola nas mãos, e os refletores que brilham sobre elas são as luzes dos postes da candelária
vítimas da maior carnificina da história

Nossa
lei é cega mas só quer ouvir o que convém
todos nesse, maldito mundo estão surdos
como, diria o Gandhi o amor de um, pode curar o ódio de milhões
hoje o morro da alegria bem que se podia se chamar o morro das cinzas
de mães que muitas vezes enterram seus filhos por culpa de uma bala perdida
temos um regime ineficiente e pouco eficaz meu Deus tende piedade pelos que sambem clamar o teu nome
que sambem abolir aos desejos corruptíveis da carne como um sintoma de libertação e cura
pros , que não temem a justiça e nem a espada, por que tudo o que move o mundo hoje é dinheiro e poder

Mas
eu quero mesmo é ser como a fênix
que não teme nunca o renascer e desafia sempre a morte
como se fosse um anelo sagrado fazendo nascer de novo a alegria no morro sem precisar de um falso moralismo ou um falso contentamento nesse submundo porque, o que precisamos mesmo são de corações limpos que saibam amar e perdoar sem pedir nada em troca.

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