Como dizia a minha avó, a inveja mata. E hoje sabe-se que este é realmente um sentimento muito sério, capaz de causar enormes prejuízos tanto ao invejoso quanto ao invejado, porque contém grandes cargas de energia negativa.
A inveja é um sentimento mesquinho, pequeno que tem suas raízes na falta de caráter e de formação, nas frustrações não resolvidas, na incompetência e na ociosidade, porque só quem está sem o que fazer tem tempo para cuidar da vida , muito mais fácil de se observar em cidades pequenas onde as pessoas por falta do que fazer perambulam e tricotam a vida alheia .
Pode-se distinguir dois tipos de invejosos: o camuflado e o evidente. O primeiro não mostra na cara o que está sentindo, mas é do tipo que não consegue se alegrar com o sucesso alheio e tem sempre um comentário maldoso a proferir ou uma risadinha sarcástica para dar. O bem do outro é um golpe para ele, que procura uma forma de diminuir ou de desprestigiar a conquista e o mérito de seu vizinho, de seu irmão, de seu colega de trabalho etc.
Já o invejoso evidente não fala, mas se corrói por dentro. Ele fica de mau humor, se estraçalha, se anula e, pior ainda, não consegue aproveitar o que a vida lhe dá, porque o que o outro possui é sempre melhor. O bem da pessoa que ele inveja é motivo de sua raiva, em vez da reflexão: "Por que ele tem isso?"; "De que forma eu também posso conseguir?"; "Será que se eu usar o meu lado positivo e criativo também não irei alcançar isso?" Por tudo isso, a inveja costuma ser própria das pessoas acomodadas, incapazes de lutar para conquistar as melhoras que desejam.
Seja como for o tipo de invejoso , não deixa de ser um comportamento nocivo, faz o próprio invejoso sentir-se infeliz, diminuído, complexado e frustrado.
A inveja pode ter muitas causas - influências do ambiente social, atuação dos pais, entre outras -, mas ela é também fonte de muito sofrimento e angústia. Por isso, quem tiver esse problema deve procurar um especialista ou a orientação de alguém que possa esclarecê-lo melhor e ajudá-lo a resolver seus conflitos internos. Por outro lado, é preciso muito cuidado para não se confundir sentimentos sadios e naturais com a mórbida e nociva inveja.
É normal, por exemplo, que alguém veja uma casa, um carro ou uma roupa bonita e pense: "Que bom seria se eu tivesse isso". Este pensamento é bem diferente da verdadeira inveja - tida como um defeito da personalidade - que é própria das pessoas que cultivam o ódio, o ressentimento, a raiva contra seu semelhante, trazendo muita infelicidade para todos.
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