sábado, 12 de dezembro de 2009

TIRADENTES: BODE EXPIATÓRIO


Tiradentes, o bode expiatório. Por Laura Pinca.
Novos estudos históricos apresentam uma inconfidência mineira diferente daquela que nos narram os livros didáticos. Embora a historiografia oficial considere a inconfidência mineira (1789)como uma grande luta para a libertação do Brasil, o historiador inglês Kenneth Maxwell, autor de "A devassa da devassa" (Rio de Janeiro, Terrae Paz, 2ª ed. 1978.) que esteve recentemente no Brasil, diz que "a conspiração dos mineiros era, basicamente, um movimento de oligarquias,no interesse da oligarquia, sendo o nome do povo invocado apenas como justificativa", e que objetivava, não a independência do Brasil, mas a de Minas Gerais. Esses novos estudos apresentam um Tiradentes bem mudado: sem barba, sem liderança e sem glória. Segundo Maxwell, Joaquim José da Silva Xaviernão foi senão o "bode expiatório" da conspiração. (op.cit., p. 222) "Na verdade, o alferes provavelmente nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos mais amplos do movimento." (p.216) O que é natural acreditar. Como um simples alferes (o equivalente a tenente, hoje)lideraria coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores? A Folha de S. Paulo publicou um artigo (21-4-1998) no qual se comentam os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Correa. Correa defende que Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Ele começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembléia Nacional francesa de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que se tratava da assinatura de Tiradentes. Segundo Correa, um ladrão condenado morreu no lugar de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida pela maçonaria. Testemunhas da morte de Tiradentes sediziam surpresas, porque o executado aparentava ter menos de 45 anos.Sustenta Correa que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva(maçom, amigo dos inconfidentes e um dos juízes da Devassa) e embarcado incógnito para Lisboa em agosto de 1792. Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifáciode Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado, mas outra pessoa, e que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo. "Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo Brasil". Como só tinha uma, talvez Tiradentes tenha preferido ficar com ela.

2 comentários:

  1. Essa historia eu ja sei eu quero saber se ele morreu na forca ou nao xaauuu

    ResponderExcluir
  2. Puxa! Não conhecia esta versão. E é uma coisa relativamewnte nova. Podemos acreditar nessa versão? Caso resposta seja sim. Será que não existe uma versão semelhante para Jesus Cristo? Alguém teria morrido em seu lugar?

    ResponderExcluir