quinta-feira, 6 de maio de 2010

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL





A cada momento de nossas vidas estamos fazendo escolhas e tomando decisões das mais variadas possíveis. Num dado momento, decidimos o que comer, o que vestir, o que pensar, o que fazer durante o dia, coisas aparentemente simples. Num outro momento, temos que tomar decisões importantes que podem orientar ou desorientar nossas vidas. Escolhemos os nossos governantes, com quem fazer amizade, com quem casar, o que estudar, a profissão a seguir, a religião, como ganhar dinheiro, como gastar o dinheiro. A nossa mente está sempre processando possibilidades das mais diversas, e decidindo sempre. Ah! Existem também aquelas pessoas que seguem a teoria do Zeca (pagodinho): “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”, e simplesmente deixam que as coisas aconteçam. No entanto adotar esta postura como filosofia de vida não deixa de ser também uma tomada de decisão. Diria até que em algumas situações ela é necessária, quando a solução não mais depende de nós. Algumas vezes o melhor a fazer é justamente “não fazer”.

Pensando nisso, Daniel Golleman, psicólogo e professor da Universidade de Haward nos Estados Unidos desenvolveu a sua teoria sobre a Inteligência emocional, tendo por base a teoria de Gardner sobre Inteligências Múltiplas. Pensáva-se, algumas décadas atrás, que a inteligência era medida apenas pela capacidade lingüística e matemática, através dos testes de QI. Hoje sabemos que existem múltiplas inteligências, que interagem entre si, que dão suporte para uma inteligência mais complexa e subjetiva, impossível de ser mensurada por números. Dentre essas inteligências pesquisadas por Gardner, estão a inteligência “intrapessoal” e a “interpessoal”, que formam a base da “inteligência emocional”.

A inteligência intrapessoal nada mais é do que o autoconhecimento, ou seja, a capacidade que o indivíduo tem de reconhecer o seu “eu” emocional e interagir com o mesmo. Como reagimos as nossas emoções? Como é a nossa personalidade, o nosso temperamento? O que nos angustia? O que nos causam bem estar? Estes e outros questionamentos são importantes para entendermos sobre nossas escolhas e decisões. Por outro lado, existe também a inteligência interpessoal, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, reconhecendo e entendendo suas emoções e interagir com o mesmo. É o que chamamos de “empatia”.

Estas duas inteligências dão suporte ao que Golleman chama de inteligência emocional, que interfere significativamente em nossas vidas, nas nossas escolhas e decisões. Ser inteligente, por essa ótica, deixa de ser apenas o acúmulo de conhecimentos dos conteúdos ensinados na escola, para ser algo mais profundo e subjetivo, que tem a ver com o nosso “eu” emocional formador de nossa personalidade e que é influenciado tanto pelo aspecto biológico(hereditário) como pelo aspecto cultural. O importante é ter consciência de que o “eu” emocional pode ser aprimorado e aprendido, desenvolvendo de tal forma a inteligência emocional.



Artigo escrito por Erilson Oliveira

Professor, Músico e pós-graduado em Psicopedagogia pela UPE.

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