sexta-feira, 20 de julho de 2012

PRIVATIZAÇÃO DA COMPESA


ROBERTO NUMERIANO- CANDIDATO A PREFEITO DO RECIFE  PELA FRENTE  DE ESQUERDA  PCB-PSOL
Numeriano mostra os dados obtidos na pesquisa no Sindicato, repassados pela direção da entidade, integrada por José Gomes Barbosa, presidente, e Edvaldo Gomes, diretor de imprensa e presidente da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste: "O negócio da PPP(Parcerias Público-Privadas) da Compesa está estimado em R$ 16,7 bilhões ao longo de 35 anos, com uma taxa de TIR de 8,3% garantida para a empresa privada 'parceira' (taxa maior do que a praticada no mercado, ou seja, o rendimento da parceria estará assegurado). O pagamento da empresa privada será feito pelo volume que for faturado. Mesmo que os valores faturados não sejam arrecadados, a empresa privada irá receber o valor faturado. Havendo inadimplência, a Compesa é quem vai arcar com o prejuízo. A Compesa terá a obrigação de pagar primeiro e sempre à SPE (o parceiro privado), já que a arrecadação entrará por meio de um banco, que vai retirar primeiramente a parte da Sociedade de Propósito Específico (SPE, no caso, a empresa que vai gerenciar os negócios de esgotos)", relata o candidato da Frente de Esquerda. 

"Mas esse negócio da China não pára por aí. No primeiro ano, a SPE ficará com 50% do faturamento. No segundo, com 70%. Considerando que a partir do terceiro ano a SPE ficará com 90% do faturamento e a Compesa, historicamente, na RMR, arrecada 82% desse mesmo faturamento, significa na prática que os 10% restantes que ficariam com a Compesa não existirão; sendo necessário ainda um complemento desse valor, que deverá sair da arrecadação de água da RMR e interior, complemento que também será pago à SPE", denuncia Numeriano, mostrando o documento elaborado a partir de análise de consultoria contratada pelo Sindicato. "Não bastasse isso, a Compesa também continuará responsável pela execução de obras, no valor de R$ 1 bilhão, durante os primeiros quatro anos da PPP. Depois de prontas, essas obras deverão ser entregues para a SPE explorar e aumentar seus lucros. Caso haja atraso nessas obras, a SPE receberá de qualquer maneira, pois, como está no estudo de viabilidade e contrato, o fluxo de caixa frustrado por atraso deve ser pago e arcado pela Compesa. A SPE jamais receberá abaixo de 85% do valor previsto no estudo de viabilidade da PPP elaborado pela KPMG Structured Finance S.A ("Consultores"), pois a Compesa vai pagar os prejuízos", finaliza Numeriano.
"Somos radicalmente contra a privatização desse serviço, que, por omissão e incompetência dos gestores públicos, está sucateado, pois saneamento nunca foi prioridade para esses governos hoje mais preocupados com as sanções da FIFA quanto aos estádios da Copa do Mundo. A PPP da Compesa, se implantada, vai significar a perda de toda a receita obtida do esgoto da RMR e de Goiana, cerca de R$ 119 milhões por ano, conforme o ultimo balanço da empresa. A perda de receita vai provocar um défice de R$ 86 milhões. Para não falir, a Compesa vai precisar reajustar a tarifa em cerca de 14,47%. Como o problema não sera sanado, a empresa vai precisar fazer outros reajustes", explica Numeriano, que defende para o Recife e RMR a implantacao do modelo de saneamento integrado, que engloba os serviços de abastecimento de agua, coleta e tratamento dos esgotos para todos. Mas isso requer mobilizacao e pressao popular, sobretudo a partir das entidades e organizacoes populares", disse. "A candidatura PCB-PSOL, alem de repudiar a privatizacao da Compesa, assunto sobre o qual seria bom saber a opinião dos candidatos do PT e PSB ou neoliberais (como o DEM), também vai aumentar o acesso  à tarifa social, que é de R$ 5,62 por mês, com isencao total da tarifa de esgoto", desafiou.

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