segunda-feira, 17 de maio de 2010

CASA DE VIDRO


Mulher da casa de vidro
o que tu tens nas mãos. Um copo vazio?
O que tu bebes nele, o fel do teu silêncio?
ou o desprezo do mundo?
ou pequenas gotas; de um pranto
que emudecia o meu espírito
embora, que para os outros não tenha sentido
mas para nós dois foi o que restou da nossa paixão.
Mas se para os outros a viam como objeto
por outro lado; fosses a parte mais primitiva do meu corpo
à cada beijo dado
eu renascia e me tornava o teu menino
de um sorriso ingênuo e franco
as flores roubavam de ti o néctar de tua mocidade
exalavam, o calor de tua pele
e o aroma suave que o vento trazia para mim: o teu perfume
que adormece os meus sentidos como se fosse uma carícia premente
que acalma as águas do oceano e o seu cantar triste
és a deusa do sol, do mar, hoje eu só quero te amar
sobre o brilho do luar
não compus a serenata do adeus porque acreditei,
que o tempo fosse trazer você de volta pra mim

Artur Negromonti

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