Por muito ouvimos que devemos sempre seguir em frente, que pra frente é que se anda, que devemos apenas olhar para o futuro, que não devemos parar. Nos transformaram em uma espécie de relógio humano, se não anda em compasso está quebrado.
É como se estivéssemos em uma corrida, quem chegar primeiro ganha. O último é o perdedor. Nos apressam para tudo, para crescer, para ter uma profissão, para casar, ter filhos, ser alguém na vida. Mas esquecem que viver não é apenas seguir em frente e metodicamente chegar ao fim.
Nos transformaram em seres ansiosos, dependentes e sedentos por futuro, doentes por eventos que talvez nunca aconteçam. Uma espécie de utopia excêntrica, onde o hoje deixa de existir para apreciar aquilo que não nos pertence.
Foi essa utopia excêntrica que apagou os nomes dos nossos colegas de escola, que esvaziou os rostos dos nossos amigos de infância, que nos fez esquecer dos nossos verdadeiros sonhos.
Hoje percebo que parar é tão necessário quanto seguir em frente. Afinal, é quando estamos parados que enxergamos a paisagem, as pessoas em nossa volta. É quando olhamos para nós e esquecemos do futuro que não nos pertence.
Mas não pensem que é fácil parar, dar um passo atrás vai contra tudo aquilo que nos ensinaram. Mas não desistam, parem, voltem, retrocedam, se reinventem. O erro de apenas seguir em frente arranca pessoas, destroça famílias, elimina sonhos...
Uma pausa para todos!
Márcia Firmino
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